Thursday, August 13, 2009

Rumar contra a maré ?


Embora toda a gente saiba que o nosso país , assim como todos os países do Mundo , está a passar por uma grave crise económica , não posso deixar de notar e mencionar algo que me surpreende sempre que vou a Lisboa : a cidade , ou pelo menos algumas áreas da cidade de Lisboa , parecem imunes à tão falada crise. Um passeio pela baixa lisboeta mostra-nos que a crise já ceifou uns quantos negócios e muitos que ainda não fecharam as suas portas , estão a pensar seriamente em fazê-lo. No entanto , especialmente durante as tão faladas "horas de ponta" , e numa cidade onde, na minha opinião , é mais fácil encontrar um restaurante que uma farmácia ( talvez até faça todo o sentido ) , todos os restaurantes estão simplesmente lotados. A verdade é que as grandes capitais parecem imunes aos efeitos da recessão global. Li recentemente um artigo online , no site da revista alemã Der Spiegel , que Londres é das grandes capitais europeias, a mais afectada. Diz o estudioso que o simples facto de Londres ter sido a cidade que mais investimento estrangeiro recebeu na última década do século passado, como que a coloca na linha da frente das cidades que mais facilmente podem ser afectadas por uma reviravolta económica. Mas mesmo Londes não pára. Escritórios podem fechar , assim como algumas lojas que fazem parte do chamado " comércio tradicional " , mas Londres , assim como Paris , Madrid ou Berlim, não pára e a cidade , pelo menos no contexto das Ilhas Britânicas , parece rumar contra a angustiante maré actual. Já Lisboa lá se vai pondo em bicos de pé para dar nas vistas , e acho que , e embora não seja um expert neste assunto , até que não se tem safado muito mal. O Barclays Bank acaba de concretizar o arrendamento de 5 pisos da Torre do Centro Comercial Colombo , assim como a empresa Fujitsu e uma companhia de seguros italiana , cujo nome não me recordo. Algumas empresas inglesas mudaram parte dos seus serviços para a nossa capital pois o aluguer de escritórios é practicado a preços muito mais acessíveis , e tal tendência , segundo alguns analistas , tende a continuar. Mas no meio de tanta singela alegria , algo devia chamar a atenção de todos nós : o facto da tão falada macrocefalia nacional se acentuar à medida que o tempo vai passando , tendo em conta que embora Lisboa não seja uma cidade rica , num contexto europeu, é a cidade mais rica do país e os seus habitantes têm um poder de compra acima da média nacional. A cidade do Porto também começa a despartar o interesse de grandes empresas como a companhia irlandesa Ryanair que tenciona abrir uma nova base no continente europeu , no aeroporto Francisco Sá Carneiro. Boas notícias para quem precisa de emprego , mas verdade seja dita que se tal está a acontecer pouco ou nada se deve às políticas do governo , cuja bandeira aquando das últimas eleições era a criação de 150.000 postos de emprego. O povo votou mas não perguntou que tipo de empregos seriam criados , em que parte do país e acima de tudo , quando seriam criados. A crise está a levar pessoas qualificadas a chegarem a um beco sem saída , onde ou acabam por ser exploradas em serviçoes medíocres , ou continuam a lutar , mesmo com as notícias que ouvimos todos os dias acerca dos díficeis tempos em que vivemos. Acho que acima de tudo o país devia investir numa campanha promocional muito mais agressiva tendo em conta que só mostramos diferentes partes de Portugal aquando do Euro2004 e actualmente só prestamos atenção ao Algarve e a Lisboa , que nem por isso é devidamente " vendida ", embora alguns turistas digam que ficaram positivamente impressionados pela nossa capital- se calhar pensaram que ainda andamos todos de carroça e que tanto homens como mulheres consideram o preto , a sua cor de eleição - uma visão , para turista ver .

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